Como pai, passei o dia de ontem evitando esse assunto e pensei muito na segurança do Mateus. Acredito que todo pai e mãe deve também ter sentido sentimentos parecidos… Mas como cristão e catequista, não posso fechar os olhos para o que aconteceu. Uma pergunta vem facilmente na nossa mente: Onde estava Deus nessa hora? Bom, o que eu posso garantir é que Deus não estava no coração daquele homem! A falta de Deus em nossas vidas é que gera situações como essas. Como cristão só nos resta rezar pelas crianças e por mais difícil que seja, pedir a misericórdia de Deus pela alma do assassino! Meu Deus, que coisa difícil de pedir!
A Revista Crescer publicou em seu site como lidar com o possível medo e curiosidade das crianças sobre essa tragédia:
A notícia sobre o ataque à Escola Municipal Tasso da Silveira, que aconteceu no Rio de Janeiro nesta quinta-feira (7), logo ganhou destaque em todos os meios de comunicação. E, como todo mundo, seu filho deve ter visto essas imagens e ficado bem assustado. Afinal, como deve ser essa conversa em casa? E se ele ficar com medo de ir à escola? Quanto as crianças podem ficar expostas a esse tipo de violência?
A primeira atitude é esperar pela dúvida do seu filho em vez de adiantar o assunto. Quando a pergunta surgir, mantenha a calma antes de começar a conversa. O melhor é, de fato, falar a verdade e não inventar uma história. “Responda só o que a criança perguntou, e da maneira mais natural e segura possível. Não precisa se aprofundar no assunto nem dar muitos detalhes”, diz Daniela Paes Peres, psicóloga e terapeuta de família.
Outra atitude é deixar claro que esse tipo de acontecimento é uma exceção. “Diga ao seu filho que esses episódios são raros, principalmente aqui no Brasil e que há mais pessoas boas do que ruins no mundo”, explica a especialista. Por isso, quando esse tipo de tragédia acontece, logo se torna destaque nos noticiários e chama tanto a atenção das pessoas.
Explique que os adultos vão cuidar da situação. “A criança pode se envolver com o assunto, principalmente por ter acontecido em uma escola, que é um ambiente familiar para ela”, diz Daniela. Então, o melhor é dizer que isso é uma exceção e que a polícia vai resolver. Não se preocupe com o fato de o filho ter se interessado pelo assunto. “A curiosidade por violência na infância é natural. Pense em como elas se interessam por um tanque de guerra ou uma arma de brinquedo”, afirma. Talvez isso vire motivo de brincadeira e se acontecer, tudo bem. Brincar é o jeito de lidar com esse tipo de questão na infância.
De qualquer maneira, não incentive esse assunto na sua casa. Às vezes é o caso, sim, de evitar a televisão nesse período – e tente não conversar muito sobre o tema com outros adultos na frente do seu filho. A preocupação em exagero com a violência pode gerar estresse e ansiedade nas crianças.
Se o seu filho está com muito medo de ir para a escola, novamente, reafirme que esse tipo de situação é raro e que aquele homem não estava no seu estado normal. Para acalmá-lo, leve-o, você mesmo, para a escola e, se possível, entre com ele até a sala. Seja pontual na hora de buscá-lo e proponha uma brincadeira diferente à noite. Você pode pedir ajuda para preparar o jantar ou assistir a um filme divertido ou até mesmo propor um lanche na sala. Tudo para distrai-lo. O importante é sair da rotina e evitar voltar ao assunto da tragédia.
Caso ele esteja muito assustado e inseguro com o acontecimento, talvez seja o caso de faltar à escola. Fique com ele em casa ou leve-o junto com você para o trabalho, se for possível. A sua companhia é fundamental para que volte a ter segurança.
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Adriano de Paula