O psicanalista francês Jacques Lacan (1985) afirmou que a família aparece como um dos pontos referenciais da crise que enfrentam os adolescentes e, ao mesmo tempo, confirma-se como um espaço em que se “presidem os processos fundamentais do desenvolvimento psíquico.”
Um grande número de efeitos psicológicos nos adolescentes parece depender das mudanças na organização familiar com relação à perda do domínio paterno como fonte que confere uma identificação ao sujeito. Na mesma direção, fazem conexão entre o esvaziamento desse domínio e a falta de uma postura ética por parte dos pais, que eles sintetizam como um enfraquecimento da imagem de si mesmo. Sendo assim, qualquer que seja seu futuro, esse declínio constitui uma crise psicológica.
Em vez da família se apresentar como fonte de vida, como um lugar de formação onde os afetos, o amor, os princípios, os valores e a moral o qual são tão importantes para nortear a vida do ser humano, ela se apresenta como um arcabouço de problemas, por ser um meio de transmissão de valores negativos, os quais trarão profundas influências negativas, capazes de causar o sofrimento humano. Cada pessoa traz consigo características do que é a própria família. Vive a paz que esta irradia, mas também traz os reflexos dos conflitos e das incertezas que ela enfrenta.
Ser pai e mãe hoje é uma tarefa igual à do passado, acrescida dos problemas que a modernidade trouxe. É uma responsabilidade muito grande, que deve ser assumida com profundo conhecimento de suas implicações. A tarefa de pai e mãe não cessa nunca.
Vemos o quanto é importante o exemplo de vida dos pais na educação dos filhos. O que forma de fato é a vida dos pais, o exemplo que eles dão mais do que aquilo que eles ensinam. A educação pelo exemplo é indiscutível. Por isso, a família deve ter clima de confiança, de amor, de paz, ser terreno fértil a fim de fazer crescer e desenvolver todas as potencialidades pessoais e sociais que o ser humano traz consigo.
Referência Bibliográfica: CARNEIRO, H.,F. Violência, culpa e ato: causas e efeitos subjetivos em adolescentes. Psicologia em Revista, Belo Horizonte-MG, , v. 16, n. 3, p. 537-556, dez. 2010
Ceiça Nogueira
Psicóloga, MESC – Paróquia São Benedito
Bom dia, Sem sombra de dúvidas que muitas vezes os nossos jovens estão desnorteados, pois estão sem um referencial importantíssimo: A Família. Criança, jovem que não tem equilíbrio, um dos fatores são os valores que estamos perdendo, onde a modernidade encara tudo como natural e normal. E nossos jovens têm necessidade de tudo isso. Necessidade de exemplos onde possam se espelharem. E afirmo que dentre tantos fatores, a Família é a célula mãe de todo equilíbrio. Pais, mães voltem a ser mais presença na vida de seus filhos. Dialoguem, brinquem juntos, riam juntos e revertam dentro do pouco tempo que se tem o desequilíbrio de tantos adolescentes. Fiquem com Deus. Um fraternal abraço.