Hoje transcrevo outro trecho do livro de bolso “Vida: O Primeiro Direito da Cidadania”, escrito em 2005 por vários profissionais de diversas áreas, nos falando sobre o embrião humano. Acompanhemos:
1. O que é o embrião humano?
Dr. Dernival da Silva Brandão
O embrião é o ser humano na fase inicial de sua vida. É um ser humano em virtude de sua constituição genética específica própria e de ser gerado por uma casal humano através de gametas humanos – espermatozóide e óvulo. Compreende a fase de desenvolvimento que vai desde a concepção, com a formação do zigoto na união dos gametas até completar a oitava semana de vida. Desde o primeiro momento de sua existência esse novo ser já tem determinadas as suas características pessoais fundamentais como sexo, grupo sanguíneo, cor da pele e dos olhos, etc. É o agente do seu próprio desenvolvimento, coordenado de acordo com o seu próprio código genético.O cientista Jérôme Lejeune, professor da universidade de René Descartes, em Paris, que dedicou toda a sua vida ao estudo da genética fundamental, descobridor da Sindrome de Dawn (mongolismo), nos diz: “Não quero repetir o óbvio, mas, na verdade, a vida começa na fecundação. Quando os 23 cromossomos masculinos se encontram com os 23 cromossomos da mulher, todos os dados genéticos que definem o novo ser humano estão presentes. A fecundação é o marco do início da vida. Daí para frente, qualquer método artificial para destruí-la é um assassinato”.
O embrião é o ser humano na fase inicial de sua vida. É um ser humano em virtude de sua constituição genética específica própria e de ser gerado por uma casal humano através de gametas humanos – espermatozóide e óvulo. Compreende a fase de desenvolvimento que vai desde a concepção, com a formação do zigoto na união dos gametas até completar a oitava semana de vida. Desde o primeiro momento de sua existência esse novo ser já tem determinadas as suas características pessoais fundamentais como sexo, grupo sanguíneo, cor da pele e dos olhos, etc. É o agente do seu próprio desenvolvimento, coordenado de acordo com o seu próprio código genético.O cientista Jérôme Lejeune, professor da universidade de René Descartes, em Paris, que dedicou toda a sua vida ao estudo da genética fundamental, descobridor da Sindrome de Dawn (mongolismo), nos diz: “Não quero repetir o óbvio, mas, na verdade, a vida começa na fecundação. Quando os 23 cromossomos masculinos se encontram com os 23 cromossomos da mulher, todos os dados genéticos que definem o novo ser humano estão presentes. A fecundação é o marco do início da vida. Daí para frente, qualquer método artificial para destruí-la é um assassinato”.
A ciência demonstra insofismavelmente – com os recursos mais modernos – que o ser humano, recém-fecundado, tem já o seu próprio patrimônio genético e o seu próprio sistema imunológico diferente da mãe. É o mesmo ser humano – e não outro – que depois se converterá em bebê, criança, jovem, adulto e ancião. O processo vai-se desenvolvendo suavemente, sem saltos, sem nenhuma mudança qualitativa. Não é cientificamente admissível que o produto da fecundação seja nos primeiros momentos somente uma “matéria germinante”. Aceitar, portanto, que depois da fecundação existe uma novo ser humano, independente, não é uma hipótese metafísica, mas uma evidência experimental. Nunca se poderá falar de embrião como de uma “pessoa em potencial” que está em processo de personalização e que nas primeiras semanas pode ser abortada. Por quê? Poderíamos perguntar-nos: em que momento, em que dia, em que semana começa a ter a qualidade de um ser humano? Hoje não é; amanhã já é. Isto, obviamente, é cientificamente absurdo.
2. O embrião ou o feto humano pode ser sacrificado para beneficiar um outro ser humano?
Dr. Dernival da Silva Brandão
Não. O embrião ou feto, como ser humano tem uma dignidade própria inviolável e inalienável. É um ser humano completo em qualquer fase do desenvolvimento em que se encontra, no sentido de que nada mais de essencial à sua constituição lhe é acrescentado após a concepção. Necessita de alimento e oxigênio, como de resto todos nós necessitamos para sobreviver e desenvolver. Sua vida deve ser respeitada e protegida de modo absoluto desde o seu início. Desde a concepção até a senectude é o mesmo ser, com a mesma identidade ontológica, com a mesma dignidade humana. A ciência e a técnica devem sempre ser colocadas a serviço do ser humano. Essa é a finalidade da Ética, do Direito, da Medicina ou qualquer outro ramo do saber humano que lida com o ser humano. Todos somos guardiões da vida humana. O sacrifício de um ser humano inocente é antiético e injusto.
Não. O embrião ou feto, como ser humano tem uma dignidade própria inviolável e inalienável. É um ser humano completo em qualquer fase do desenvolvimento em que se encontra, no sentido de que nada mais de essencial à sua constituição lhe é acrescentado após a concepção. Necessita de alimento e oxigênio, como de resto todos nós necessitamos para sobreviver e desenvolver. Sua vida deve ser respeitada e protegida de modo absoluto desde o seu início. Desde a concepção até a senectude é o mesmo ser, com a mesma identidade ontológica, com a mesma dignidade humana. A ciência e a técnica devem sempre ser colocadas a serviço do ser humano. Essa é a finalidade da Ética, do Direito, da Medicina ou qualquer outro ramo do saber humano que lida com o ser humano. Todos somos guardiões da vida humana. O sacrifício de um ser humano inocente é antiético e injusto.
3. Que são células-tronco? Qual a diferença entre células-tronco embrionárias e as células-tronco adultas? Para que servem ?
Dra. Alice Teixeira Fereira:
As células tronco embrionárias são aquelas provenientes da massa celular interna do embrião (blastocisto). São chamadas de células-tronco embrionárias humanas porque provêm do embrião e porque são as células-mães do ser humano. Para se usar estas células, que constituem a massa interna do blastocisto, é destruído o embrião.
As células tronco adultas são aquelas encontradas em todos os órgãos e em maior quantidade na medula óssea (tutano do osso) e no cordão umbilical-placenta. No tutano dos ossos tem-se a produção de milhões de células por dia, que substituem as que morrem diariamente no sangue.
4. Por que se diz que é inaceitável a manipulação das células-tronco embrionárias humanas, enquanto se aceita o uso das células-tronco adultas? Qual o resultado do uso de células-tronco adultas?
Dra. Cláudia Maria de Castro Batista:
Retornei recentemente ao Brasil após dois anos de trabalho junto a um renomado grupo de pesquisa em células-tronco no Canadá. Ao chegar, deparei-me com um clima de euforia incomum em relação às promessas atribuídas às células-tronco embrionárias. Deu-me profunda pena assistir ao noticiário e constatar que inúmeras famílias e deficientes físicos (presentes na Câmara durante a votação da Lei de Biossegurança) estão mergulhados e iludidos com o euforismo sem fundamento e sem base científica que justifique o uso de células-tronco embrionárias humanas. Como uma das pouquíssimas pesquisadoras que estudam o potencial de células-tronco no tratamento de doençasneurodegenerativas no Brasil, acredito fortemente no potencial de células-tronco maduras, tendo obtido evidências de que estas células são, de fato, as mais promissoras, as únicas até hoje empregadas em terapias já em fase clínica. As células-tronco derivadas do embrião, até hoje, geraram tumores e são rejeitadas pelo organismo transplantado. O lobby, feito por um pequeno grupo, confunde claramente as pessoas leigas no assunto, isto é, a grande maioria presente durante a votação em plenário. Basta citar a frase de alguém que afirmou: “Já sabemos que a utilização em pacientes auto-imunes de células-tronco adultas retiradas do sangue do cordãoumbelical dos bebês não têm uma resposta tão boa”. De onde saiu esta conclusão? Todas as terapias testadas no Brasil e no mundo até hoje foram feitas apenas com células maduras e só estas alcançaram resultados promissores! Certamente os conceitos se embaralham e geram slogans do tipo “Projeto salvador de vidas”.
Até hoje, quais vidas?
Dra. Elizabeth Kipman Cerqueira:
O uso de células-tronco adultas não traz objeção ética ou científica. Não se verificou prejuízo para o doente que as recebe. Tem acentuadas possibilidades de bons resultados, além de menor possibilidade de rejeição. Também, não prejudica o doador, seja ele o próprio paciente, outra pessoa, ou seja, o sangue do cordão umbilical que é “jogado fora” se não for colhido com finalidade diagnóstica ou terapêutica. Entretanto, para uso das células-tronco embrionárias, o embrião é destruído. Mesmo sob o ponto de vista apenas biológico, sem discutir se o embrião merece ser chamado “pessoa”, este fato faz diferença. No primeiro caso temos tido resultados positivos temos tido resultados positivos e ninguém é prejudicado. No segundo caso, cada vez, é destruída uma novidade biológica, única na espécie. Nunca será possível “criar” outra igual. E, sem dúvida, para uso de células-tronco embrionárias, é destruída uma vida humana, que deixa de existir, não por morte natural, mas para ser dissecada, em tentativas e erros dos quais não se pode prever os resultados.
O uso das células-tronco adultas já se tem alcançado resultados comprovados de melhor ou cura de doenças em seres humanos. Exemplos: uso para regenerar células lesadas no coração, como no caso de enfarte; para melhora de lesões da medula nervosa na paraplegia ou tetraplegia; para cura de doenças degenerativas cerebrais, como na doença de Alzheimer ou Parkinson; para implante nas mamas, em substituição às próteses atuais; em diversos tipos de transplantes, como para a cura de leucemia; para originar dentes naturais ou retrocesso da calvície; para formar pele a ser usada em casos de queimaduras e outras plásticas; para cura da diabete, etc. Foi publicada a notícia recente de obtenção de células-tronco pela coleta de pequenas amostras do tecido cardíaco do próprio paciente (15 miligramas), por meio de cateterismo. Dessa amostra foram extraídas células-tronco que, multiplicadas em laboratório, foram reimplantadas no paciente, regenerando o músculo cardíaco, sem risco de rejeição. Antes haviam sido usadas células-tronco colhidas da medula. Pacientes têm saído da fila de espera para transplantes, graças à células-tronco adultas. Isto prova a Ciência e o bem da humanidade não serão bloqueados pela proibição do uso de células-tronco embrionárias.
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Adriano de Paula