Na mídia as propagandas de diversos governos em todas as esferas trazem um perfil construído ao longo de dezenas e centenas de anos: um professor com o caráter místico, que trabalha por amor e por paixão cuja opção política e pedagógica silencia sobre os problemas sociais, entre elas, os problemas da qualidade da educação.
Em todo o Brasil, o quadro de miséria dos professores é uma característica quase geral, atingindo quase todos os estados e municípios. Além da corrupção que é responsável pelo desvio de milhões de reais, os baixos níveis de investimentos na educação pública são os principais responsáveis pelo caos vivido historicamente pela educação.
A situação dos professores de Campina Grande é uma demonstração clara da opção política do governo Veneziano. Atualmente, os salários dos professores de Campina Grande estão muito abaixo do que recebe um professor em Areial, Arara, Alagoa Nova, Esperança, Pocinhos, Massaranduba, Fagundes, Remígio, Patos, João Pessoa e na maioria dos municípios pobres da Paraíba, chegam a receber em média 30% acima.
Para qualquer cidade essa situação é vexatória, e é ainda mais para a cidade que se orgulha ser pólo universitário e tecnológico, pagar R$ 854,00 para um professor de nível superior, baixo do que recebe um professor de nível médio na maioria dos municípios da Paraíba. Essa situação absurda vivida pelos professores de Campina Grande denuncia a humilhação e o alto grau da exploração que o governo submete aos profissionais que são responsáveis pela educação púbica.
Para o presidente do SINTAB (Sindicato dos Trabalhadores Públicos Municipais do Agreste da Borborema), Napoleão Maracajá, esse realidade poderia ser diferente se a gestão municipal se preocupasse em valorizar esse profissional que é responsável pela principal base do se humano: a educação. “Campina Grande já passou da hora de reconhecer esses profissionais que são um exemplo de dedicação e amor a profissão. Infelizmente não há o reconhecimento devido ao baixo salário que é pago, já que os professores daqui se quer recebem o piso salarial. No momento não há o que comemorar, mas sim celebrar a luta de muitos que é justa”, apontou Napoleão.
Diante de toda a desvalorização dos professores, da falta de investimento e das dificuldades no exercício do trabalho docente, no dia do professor temos o que comemorar? Pela situação salarial, pelas condições de trabalho, pela precariedade da relação trabalho nada temos a comemorar. O pouco que temos a comemorar está no campo da resistência aos processos privatistas e as tentativas de submissão do governo federal, dos governos estaduais e municipais.
Temos que comemorar as lutas que deixam acesas as chamas da esperança de um dia através das lutas conscientes alcançarmos dias melhores para nós professores. Estão de parabéns os professores de Minas Gerais, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, e de vários municípios que lutaram para melhorar os seus salários e não se curvaram a prepotência e a arrogância dos governos e da justiça.
Infelizmente ser professor no Brasil não é sinônimo de orgulho nem tão pouco de dignidade. Toda pessoa necessita, necessitou ou necessitará de um Professor para sua formação intelectual e acadêmica. O Professor para poder obter seus direitos garantidos no nosso país, tem que apanhar da guarda municipal ou de outro meio que os governantes dispõem para reprimir. O que temos, nós professores, p/ comemorar nesse dia? Fica aqui a pergunta, mas a luta continua e não podemos ficar no silêncio.